HISTÓRIA

Com o advento da Segunda Revolução Industrial (Séc. XIX), surge o interesse dos industriais europeus e norte-americanos na produção da borracha, velha conhecida das populações indígenas da Amazônia. Foi assim que no período de 1880 a 1910, temos o conhecido auge do Ciclo da Borracha.

Neste período, a cidade de Belém experimentou um intenso fluxo de pessoas e capital com a Europa e América do Norte, sofrendo uma profunda influência política e cultural. Muitos paraenses, filhos da elite, foram estudar na Europa, especialmente Inglaterra e França. Vários Ingleses, Franceses e Norte-Americanos aportavam em Belém para o comércio da borracha.

Nesta troca cultural, entra em cena o esporte. Inicialmente o Remo e posteriormente o Futebol, foram introduzidos pelos europeus e/ou trazidos pelos paraenses voltando dos estudos na Europa, sendo rapidamente adotados pela elite paraense.

É neste cenário que surge o Clube do Remo em 1905.

Fundação


A Baía do Guajará apresentava a cena perfeita para prática dos esportes náuticos, sendo o Remo o preferido da elite paraense no início do Séc. XX. Vários clubes sociais e esportivos surgiram na cena belenense neste período, entre estes, o Sport Club do Pará.

Foi no Sport Club do Pará, que uma série de desentendimentos antes da realização de uma regata, acarretou na saída de 7 remadores. São eles: Victor e Raul Engelhard, José Henrique Danin, Eduardo Cruz, Vasco Abreu, Eugênio Soares e Narciso Borges.

Aos poucos, os sete foram ganhando apoio, ao ponto que já eram 20. E em 05 de fevereiro de 1905, decidiram fundar um novo clube. 

Para criação do novo clube, Raul Engelhard, que estudara na Europa, sugeriu GRUPO DO REMO. Lembrando-se de um clube londrino, o Rowing Club

São estes, os 20 fundadores do Clube do Remo: José Henrique Danin, Raul Engelhard, Roberto Figueiredo, Antônio La Roque Andrade, Victor Engelhard, Raimundo Oliveira da Paz, Antônio Borges, Arnaldo R. de Andrade, Manoel C. Pereira de Souza, Ernestino Almeida, Alfredo Vale, José D. Gomes de Castro, José Maria Pinheiro, Luís Rebelo de Andrade, Manoel José Tavares, Basílio Paes, Palmério Pinto, Eurico Pacheco Borges, Narciso F. Borges e Heliodoro de Brito.

1º escudo do Clube do Remo

Extinção e Reorganização

Sede Náutica do Clube do Remo, localizada no Largo da Sé em Belém, Cidade Velha.
Inaugurada em 01/10/1905, inicialmente alugada, foi adquirida em 07/03/1923 e reinaugurada em 12/04/1925.
No ano de 1908, o Grupo do Remo não conseguiu renovar o contrato de aluguel de sua sede junto à Intendência Municipal. A situação forçou alguns de seus associados a realizarem um acordo secreto com integrantes do Sport Club do Pará, abrindo procedentes para um recurso.
Diante de uma severa crise, a Assembleia Geral se reuniu em 14 de fevereiro e o desembargador Alfredo Barradas decretou a extinção do Grupo do Remo. Uma pequena parcela não concordou com a decisão, tomando como medida o sequestro dos barcos pertencentes à agremiação para que não caíssem em “mãos erradas”. As embarcações foram levadas a um galpão no terminal de inflamáveis de Miramar, cujo proprietário era Francisco Xavier Pinto, onde ficaram escondidas.
Os rapazes passaram então a se encontrar frequentemente no Café Manduca, um tradicional ponto de bate-papo de Belém, a fim de tratar dos assuntos referentes à reestruturação do Grupo do Remo. Em julho de 1910, tiveram conhecimento de que o contrato de aluguel da antiga sede com um estabelecimento comercial havia terminado e de que, finalmente, poderiam readquirí-la.
No dia 15 de agosto de 1911, os onze azulinos navegaram em três embarcações – duas cedidas pela Liga Marítima Brasileira e uma da Mr. Kup, chefe do tráfego da extinta Port of Pará – à Miramar para rebocar todo o material que estava ali depositado, chegando ao destino em torno das 8h da manhã. Às 7h da noite partiram com todo o patrimônio para a sede. Esse ato concretizou a famosa reorganização do Grupo do Remo.
Oscar Saltão, Antonico Silva, Rubilar, Jaime Lima, Cândido Jucá, Harley Collet, Nertan Collet, Severino Poggy, Mário Araújo, Palmério Pinto e Elzeman Magalhães foram os heróis que tornaram possível o sonho de renascimento da antiga agremiação, entrando para a história do clube como o célebre Cordão dos Onze. Até hoje, a data de 15 de agosto é festejada tal qual o aniversário de fundação do clube (5 de fevereiro). No dia 16 de novembro, o Grupo do Remo conquistou o título de campeão paraense de remo, o primeiro de muitos que estavam por vir.


Cordão dos Onze, reorganizadores do Grupo do Remo em 1911.

Em uma sessão ordinária, realizada em 29 de dezembro de 1911, o Sr. Oscar Saltão propôs a readaptação do nome para Club do Remo – obedecendo à grafia da época –, porém necessitava da aprovação do conselho. Em 7 de agosto de 1914, a Assembleia Geral analisou os argumentos e aprovou a proposta de Saltão, sendo a mudança anunciada oficialmente pelo presidente Nilo Penna.

Década 1910


O Clube do Remo, inicialmente voltado a prática de esportes náuticos, constituiu a sua equipe de futebol apenas em 1913. A primeira partida se deu em 21 de abril, no campo da praça Floriano Peixoto (Mercado de São Braz), contra a equipe do Guarany, um em empate em 0x0. Coube ao histórico atacante Rubilar (Geraldo da Mota Reimão) marcar o 1º gol da história remista, na segunda partida do clube em 13 de maio contra o próprio Guarany, 4x1 para o Leão.

Ainda em 1913, o Clube do Remo estrearia no Campeonato Paraense. Sagrando-se campeão pela 1ª vez

Em 1914, por ocasião da inauguração (14 de junho) do Campo de Futebol da empresa Ferreira & Comandita, atual Estádio da Curuzu. Confrontaram-se Remo e Paysandu, no que foi o 1º RexPa. Vitória do Leão por 2x1, gols de Rubilar e Bayma (contra).

Após o 1º título em 1913, o Leão só parou em 1919, garantindo um feito jamais igualado no futebol paraense: o heptacampeonato (1913/1914/1915/1916/1917/1918/1919). Sendo os 6 últimos conquistados em cima do maior rival, com direito a goleada de 5x1 na final de 1915, no campo da Curuzu. Apenas o título de 1916 não foi conquistado de forma invicta, tendo uma única derrota para o União Sportiva por 2x1. Tendo sido o campeonato de 1919, conquistado com 100% de aproveitamento, o 1º da história.

Carnaval na Curuzu em 1915, Goleada e Título.

O primeiro jogo interestadual se deu no dia 06 de janeiro de 1916, contra o Flamengo, em passagem por Belém. Vitória dos cariocas por 3x2.
Em 1917, o Leão fez sua estréia fora dos gramados paraenses. Foram 4 jogos em São Luís contra o Fabril Esporte Clube, O 1º jogo em 31/12/1916 e o último em 07/01/1917, foram 4 vitórias do Leão: 6x0, 3x0, 5x0 e 4x0.

Em 1917, por ocasião do 6º aniversário de reorganização do clube (15 de agosto), é inaugurado o Estádio de Futebol do Clube do Remo (atual Estádio Evandro Almeida, o Baenão) em partida entre o time da Reserva Naval e a Seleção Paraense. Abaixo o relato do jornal Folha do Norte de 13/08/1917, disponível no livro A História do do Clube do Remo (1969), de Ernesto Cruz.
"O novo campo do Clube do Remo está situado num dos locais mais próprios a esse fim, reunindo o que até agora mais se tem conseguido de perfeito nesse gênero.
Com 110 metros de comprimento por 70 de largura, é ladeado em toda a sua extensão por uma arquibancada com 5 metros e meio de largura e em cuja área se podem localizar 2.500 pessoas"

Década de 1920


A década de 1920 começa de uma maneira triste, mas honrosa. Durante uma prova de mergulho livre, em 16 de maio de 1921, Periçá, atleta do Clube do Remo, acaba sofrendo um acidente, vindo a falecer 7 dias depois. Com esse exemplo de garra e determinação na defesa das cores do Clube do Remo, este passa a carregar a alcunha de Clube de Periçá.

Um importante passo foi dado com a compra da Sede Náutica em 07 de março de 1923. Anteriormente alugada junto a Prefeitura de Belém. Passando por 2 anos de reformas, foi reinaugurada em 12 de abril de 1925.

Nesta década foram conquistados mais 3 títulos paraenses. O tricampeonato em 1924 (invicto), 1925 e 1926. 

Em partida válida pelo Campeonato de 1922, o Leão aplicou 5x1 no maior rival, repetindo o feito de 1915. Entretanto a goleada que mais chamou a atenção na década de 20, foi o primeiro 7x0. 1ª partida com esta marca na história do Clássico Rei da Amazônia. No dia 16 de janeiro de 1927, em partida válida pelo Campeonato de 1926, dos segundos quadros, a equipe remista goleou o maior rival. Ainda em 1927, em 10 de abril, outra goleada azulina, 6x1. 
Elenco do Clube do Remo que goleou o rival por 7x0 em 1927.
Imagem retirada do livro de Ferreira da Costa,
Remo x Paysandu 700 Jogos, O Clássico mais disputado do futebol mundial (2009). 
Já na década de 20 se colocava em pauta, o debate sobre a profissionalização dos atletas. Com a popularização do futebol em Belém, se iniciaram os conflitos entre os sportmen (membros da elite paraense que dispunham de bons empregos e que praticavam o esporte por lazer) e os atletas oriundos da periferia que buscavam a profissionalização. Tendo o Clube do Remo sido pioneiro no cenário paraense na profissionalização dos seus atletas, que no Pará somente se concluirá na década de 40.

Década de 1930


A década de 30 começa bem e vem logo com a conquista do Campeonato de 1930. Naquela década, foram mais 3 títulos paraenses para o Leão Azul: 1930, 1933 e 1936. Além do Campeonato Paraense organizado pela LEP em 1932.

Foi em 1931, que no jornal A Folha do Norte do dia 15 de agosto, o poeta paraense Antônio Tavernard criou a expressão: Clube do Remo, Filho da Glória e do Triunfo!

Ainda em 1931, 15 de novembro, houve o primeiro Clássico Remo x Tuna, 0x0.

Grandes conquistas na vida social do clube tiveram lugar nessa década. Em julho de 1933 que o Clube do Remo passa a ocupar a antiga sede do Sport Club do Pará na Av. Nazaré. Tendo sua compra definitiva em agosto de 1938 por 150 contos de réis.

Ainda em 1933, tem-se o registro da primeira associada ao Clube do Remo, Srta. Maria Amélia de Siqueira Barbosa.

Foi concluída a primeira grande reforma no estádio azulino em 1935. Reinaugurado em 26 de maio, com ampliação da capacidade do estádio.

Grandes atletas surgiram naquela década no Clube do Remo, como a dupla de zaga Evandro Almeida e Coelho, a dupla de ataque Capi e Vevé, os meio-campistas Vavá e Sabóia, entre tantos.

A década de 30 foi também de históricas goleadas sobre o rival, A primeira partida transmitida pela PRC-5 Rádio Clube do Pará em 03 de abril de 1938 terminou em chocolate, 5x1 em cima do rival.

Sendo a mais marcante, os 7x2 em 05 de março de 1939, jogo em que o meia Jango, marcou 5 gols em um único RexPa, recorde jamais igualado.

Jango, recordista de gols em uma única partida de RexPa.

Década de 1940


A década de 40 foi marcada pela profissionalização dos atletas no futebol paraense, mais especificamente o ano de 1945 como este marco.

Nesta década, mais 2 títulos paraenses foram conquistados para a galeria azulina, 1940 e o supercampeonato de 1949.

Em 15 de agosto de 1940, prosseguindo nas reformas em seu estádio, o Clube do Remo instala refletores do Campo da Antônio Baena, tornando este o primeiro na capital a receber jogos noturnos.

Nasce o Leão Azul em 1944! No dia 30 de janeiro na vitória por 1x0 sobre o São Cristóvão, grande clube carioca da época, o cronista Edgar Proença assim se referiu ao trunfo remista sobre os cariocas no jornal O Estado do Pará: "Como um verdadeiro Leão Azul de garras aduncas, o Clube do Remo foi a própria alma da cidade."

Como não poderia ser diferente, várias goleadas sobre o rival, o Leão aplicou na década de 40: 1944 (3x0); 1946 (5x2 e 4x1); 1948 (6x2); 1949 (6x2 e 5x2).

Década de 1950


A década começa muito boa para a torcida do Leão, em janeiro de 1950, o Remo conquista o Torneio Internacional de Caracas, precursor do mundialito Pequena Taça do Mundo (1952 - 1957).

Foram conquistados nesta década, mais 4 títulos paraenses. O bicampeonato em 1950 e o tricampeonato em 1952 (invicto), 1953 (supercampeonato) e 1954. Com destaque para o técnico Nagib Matne, goleiro Véliz, o meia Jaime e o atacante baiano Quiba.

É em 1951, por ocasião do aniversário de fundação do clube (05 de fevereiro), que foi publicado no jornal O Estado do Pará, a letra do Hino do Clube do Remo, criação do poeta paraense Antônio Tavernard.

Em 1951, em Recife é disputado a primeira grande competição entre os times das regiões Norte e Nordeste. Contando com os Campeões Estaduais de 1950: Alagoas (CRB), Bahia (Ypiranga), Ceará (Ferroviário), Pará (Remo), Paraíba (Treze), Pernambuco (Náutico), Rio Grande do Norte (ABC) e Sergipe (Passagem). O Leão Paraense eliminou o Náutico nas semifinais e ficou com o vice-campeonato do Torneio dos Campeões Norte-Nordeste, se afirmando como uma das principais forças da região. Em 1952, a última edição, teve o Náutico como campeão e a Tuna Luso como vice. Em 1948 houve uma edição, com apenas times do Nordeste, vencida pelo Bahia.

Em 1954, um importante título. A 1ª edição do Torneio Quadrangular de Belém, que contou com a participação do Vitória. Outras 3 edições ocorreriam no ano de 1964, tendo Tuna, Vasco e Bahia como campeões.

Importantes goleadas foram aplicas sobre o rival nesta década. A principal delas foi na Final do 1º Turno do Campeonato Paraense de 1952, disputada na Curuzu, terminou 6x1 para o Leão.

Véliz, o goleiro uruguaio se tornou ídolo da torcida nos anos 1950

Década de 1960


A década começa com a importante reconquista do título estadual em 1960, depois de 5 anos. Um fato curioso destaca essa conquista, pela primeira vez um clube do interior participa do campeonato, o Avante de Salvaterra (Marajó), logo chegando a decisão do título, porém perdendo a decisão para o Leão. Devido a um recurso do Paysandu na justiça desportiva da Federação forçou uma nova decisão, desta vez contra o maior rival, novamente vencida pelo Leão. A imprensa desportiva destacou: "Remo Duplo-Campeão!".

Foram mais 3 títulos paraenses nesta década, 1960, 1964 e 1968 (invicto).  O título estadual de 1968 foi o 10º conquistado de forma invicta, com 9 vitórias em 10 jogos; com destaque para a dupla de ataque entre Amoroso e Robilotta sob o comando do técnico Danilo Alvim.

Desde 1959, se inicia a disputa do que podemos chamar de um campeonato nacional de clubes, a Taça Brasil, disputada até 1968. O Clube do Remo participou de 2 edições da competição nacional, 1961 e 1965. Foram as melhores colocações de um clube nortista na competição.

Em 1961 foi a estréia do Clube do Remo em competições nacionais, na disputa da Taça Brasil não fez feio e chegou às Semifinais da Zona Norte (Norte-Nordeste), garantindo a 8ª colocação no torneio nacional.  Novamente na disputa da Taça Brasil em 1965, o Leão mais uma vez chegou às Semifinais da Zona Norte (Norte-Nordeste), garantindo a 9ª colocação na competição nacional.

Em 1967, ocorreu o Torneio Hexagonal Norte-Nordeste, certame entre equipes de Pernambuco (Sport e Santa Cruz), Ceará (América e Ceará) e Pará (Remo e Paysandu). Disputado em pontos corridos com jogos de ida e volta, o Clube do Remo ficou com a segunda melhor campanha.

Com o fim da Taça Brasil e a predominância do Robertão, cujo critério de participação era o "convite"; a CBD decide criar torneios regionais para as equipes que ficaram de fora do Robertão. Consagrando sua hegemonia na região, o Clube do Remo sagra-se bicampeão da Taça Norte (CBD) em 1968 e 1969.
Técnico Danilo Alvim com a faixa de bicampeão do Norte.
Conquistou 3 títulos no comando do Leão, o Paraense (invicto) de 1968 e
o bicampeonato da Taça Norte (CBD) em 1968 e 1969.
Foi treinador do Remo por 4 temporadas, de 1968 a 1970.

Década de 1970


A década começa (1971) com o Leão reafirmando sua hegemonia regional, conquistando o Tricampeonato da Taça Norte (CBD). Depois de bater na trave em 1968 e 1969, o Leão sagra-se Campeão Nacional Norte-Nordeste (CBD).  E como Vice-Campeão da Série B.

Obs: A Série B de 1972 contou com a participação de apenas clubes nordestinos, no formato do Campeonato Nacional Norte-Nordeste do ano anterior. Outros torneios nacionais foram organizados pela CBD, como o Torneio Integração Nacional (1971) e o Torneio Centro-Sul (1968 e 1971).

No ano seguinte, 1972, o Remo e o Nacional-AM foram os primeiros clubes a representar a Região Norte na Série A. O Leão Paraense fez boa figura com um bom elenco, o lateral-direito Aranha foi premiado com a Bola de Prata da posição pela Revista Placar.

Nos anos de 1973, 1974 (Supercampeonato) e 1975 o Clube do Remo foi Tricampeão Paraense Invicto nas 3 edições, foi nesse período que se registrou a primeira grande série invicta (Tabu) na História do Clássico RexPa, foram 25 jogos de invencibilidade sobre o maior rival. Sendo o centroavante Alcino, a principal figura deste período.

Outro Tricampeonato Paraense veio nos anos de 1977,1978 (invicto) e 1979. Sendo o destaque para o artilheiro Bira, que anotou 28 gols em 1978 e 32 gols em 1979 pelo Estadual.

A década de 70 foi repleta de boas campanhas na Série A, com destaque para a edição de 1977, na qual o Leão chegou até a 3ª Fase do Campeonato Nacional e por dois pontos não se classificou às Semifinais. O goleiro Édson Cimento foi premiado com a Bola de Prata da posição pela Revista Placar, nesta edição do Nacional.

Foram 9 participações consecutivas na Série A de 1972 a 1980.

Grandes jogadores passaram pelo Clube do Remo na década de 1970, entre estes: Os goleiros Dico e Édson Cimento; os laterias-direitos Aranha, Rosemiro, Nelinho; os meias Mesquita e Aderson; os atacantes Alcino, Bira e Júlio César (Uri Gueller).

Primeira vitória de um clube paraense no Maracanã, em 1975. Flamengo 1x2 Remo.

Década de 1980


Foi uma década difícil; em 1980 se encerra o ciclo de 9 temporadas seguidas na elite nacional, desde 1972. Endividado e fora da Série A, os 'craques' saíram do Baenão. Foi assim que surgiu a receita para superar a crise e o jejum de títulos, o Esquadrão Cabano, a aposta em jogadores regionais que pavimentou o sucesso da gloriosa década seguinte.

Em 1980, foi a última temporada na Série A do ciclo iniciado em 1972, e a primeira organizada pela CBF. Os clubes do eixo Sul-Sudeste passaram a pressionar a recém-criada confederação a reformar o Campeonato Brasileiro, que vinha crescendo ano a ano em número de participantes, devido à crescente intervenção da ditadura militar no campeonato, tendo chegado ao recorde de 94 clubes em 1979. Assim, a Série A (Taça de Ouro/Copa Brasil) passou a contar com 40 clubes e foram criadas a Taça de Prata (Série B) e a Taça de Bronze (Série C).

Na Série A de 1980, o Clube do Remo foi o único representante paraense, ficando na 18ª colocação (40 clubes).

Em 1981, no seu retorno à Série B depois de 10 anos, quando foi vice-campeão. O Leão não fez mal, chegou à semifinal, ficando em 3º lugar. Esse retorno se deu, pois desde o ano anterior, a CBF reservava apenas uma vaga ao Campeonato Paraense, o campeão, na Série A.

Em 1982 e 1983, não fomos bem, paramos na 1ª Fase.

Em 1984, uma grande campanha. Apesar do vice-campeonato, o Clube do Remo garantiu seu retorno à Série A. Foram 5 fases eliminatórias (mata-mata) entre 32 times. Os grandes destaques daquela equipe eram o goleiro Bracali, os laterais Rui Curuçá e Pedrinho e o artilheiro da competição Dadinho (6 gols).

Um fato curioso sobre o Campeonato Brasileiro de 1984: Naquela época, o Brasileiro era disputado no 1º Semestre e o Paraense no 2º Semestre do ano. A única vaga paraense na Série A de 1984 (começou em janeiro), via Campeonato Paraense (terminou em dezembro de 1983), ficou com a Tuna Luso campeã de 1983, o Remo foi vice-campeão. A Série C que tinha sido disputada pela última vez em 1981, só seria disputada novamente em 1988. Então, só restava ao Pará, uma vaga na Série B de 1984 (começou em fevereiro), que ficou com o vice-campeão paraense de 1983 (Remo) ? Errado. A FPF organizou uma disputa (fevereiro) por essa vaga, entre Remo, Izabelense, Sport Belém e Paysandu. Na decisão da vaga, com um empate em 0x0 e uma vitória por 1x0 sobre o rival, o Remo conquista a vaga e meses depois o acesso à Série A. Enquanto isso, o rival... Ficou Sem Divisão, fora do Campeonato Brasileiro. Só voltou a ter jogos oficiais em junho, quando se iniciou o Campeonato Paraense de 1984.

Em 1985 e 1986, na Série A paramos na 1ª Fase. Em 1986, assim como em 1979, contamos pela última vez com os três grandes paraenses na Série A.

Pondo fim a um jejum de 6 anos. O Leão foi Campeão Paraense em 1986, com a primeira edição do Esquadrão Cabano. O principal destaque foi Dadinho que foi o artilheiro com 17 gols. Ele havia sido artilheiro do Parazão também em 1983 (23 gols) e 1985 (18 gols).

Em 1987, foi criado o Clube dos 13 que organizou a Série A daquele ano, não respeitando a classificação do ano anterior, utilizando critérios absurdos para a participação no campeonato nacional.

No seu retorno ao Campeonato Brasileiro, o Leão voltou na Série B em 1989 e fez mais uma boa campanha. Novamente chegando à Semifinal e terminando em 3º lugar, perdendo a vaga na final nos pênaltis.

Fechando a década de 1980 e iniciando um ciclo de muitas conquistas. O Leão dá início a mais um tricampeonato estadual, sendo Campeão Paraense em 1989.

Foi na década de 1980, precisamente entre 1982 e 1986
que atuou o maior artilheiro da história do Clube, com 163 gols, o paulistano Dadinho.

Década de 1990


Foi um período muito especial para torcida azulina, com grandes campanhas em torneios nacionais (as melhores de um clube nortista até hoje) e a hegemonia regional reafirmada.

Em 1990 o Leão fez grande campanha na Copa do Brasil, chegando às quartas-de-final. Além da conquista do bicampeonato paraense.

No ano seguinte, 1991, foi campeão de forma invicta, garantindo o tricampeonato paraense. Pela Copa do Brasil conseguiu feito inédito, chegando à semifinal, no que é até hoje a melhor campanha de um time da Região Norte na competição.

Fechando com chave de ouro este primeiro ciclo (1989-1992), o Clube do Remo conquista o Acesso à Série A em 1992. Neste ano, o Leão teve o melhor ataque da Série B, com 40 gols em 26 partidas. Grandes personagens desse momento da história do Leão Azul, foram os treinadores Paulinho de Almeida e Valdemar Carabina, o meio-campista Artur, os atacantes Luciano Viana, Lamartine, Rildon e Formiga, os goleiros Wagner Xuxa e Paulo Vitor, o zagueiro Chico Monte Alegre, entre outros.

Em janeiro de 1993, se iniciou o maior série invicta 'TABU' no Clássico Re x Pa. O Leão foi campeão paraense invicto em 93 e na Série A terminou com a 7ª colocação, esta que é até hoje a melhor campanha de um time da Região Norte na competição. Com uma equipe fantástica, composta por Ageu Sabiá, Biro-Biro, Geovane (que depois jogaria no Santos, Barcelona e Seleção Brasileira), Cacaio.

O Clube do Remo detém as melhores campanhas de um time do Norte nas duas principais competições nacionais (Série A e Copa do Brasil).

Em 1994 se tornou o primeiro e até agora único clube da Região Norte a disputar um campeonato na Europa, o Torneio Internacional de Toulon, na França. O Leão terminou invicto com o vice-campeonato, perdendo a decisão nos pênaltis. Ainda conquistou o bicampeonato paraense em 94. Na Série A com uma campanha ruim, acabou rebaixado, apesar do estranho regulamento de descenso, mas fazendo grandes exibições, como a histórica vitória de 5x1 sobre o Cruzeiro no Mineirão. Dos grandes jogadores que formaram o time do Leão naquele ano, destaque para os meias Alex Dias e Cuca, e o goleiro Clemer.

Em 1995 sagrou-se tricampeão paraense, com os gols de Luís Müller; e na Série B fez grande campanha, terminando em 5º lugar.

1996 foi o ano da histórica fuga do rival no Mangueirão, além de um goleada de 4x0 sobre o rival e o tetracampeonato paraense. Na Série B outra boa campanha, 7º colocado.

Em maio de 1997, completaram-se os 33 jogos (21 vitórias e 12 empates) de invencibilidade sobre o rival (4 anos e 6 meses). O Leão ainda conquistou o pentacampeonato paraense, feito inédito na era profissional no futebol do Estado e jamais igualado.

Fechando o Século 20, em 1999 com gol de Ailton, o Predestinado, o Clube do Remo conquista seu 39º título paraense. Na Série B conseguiu se livrar do rebaixamento à Série C e viu seus dois rivais (Paysandu e Tuna) caírem.

De 11 campeonatos disputados entre 1989 e 1999, o Leão faturou 9 títulos, sendo 4 de forma invicta. Além de impor 33 partidas seguidas entre janeiro de 1993 e maio de 1997 de invencibilidade sobre o rival. Na Copa do Brasil foi semifinalista em 1991, chegou às quartas-de-final em 1990 e às oitavas-de-final em 1992, 1993, 1994, 1995 e 1996.

Belterra e Agnaldo, são os principais símbolos do Leão Azul nesse período,
titulares absolutos desde que chegaram em 1991 até 1997,
são os únicos jogadores que participaram de todos os 33 jogos do TABU.



Século 21



O Novo Milênio começou bom para o Leão Azul, apesar do insucesso no Estadual, o Leão conseguiu o seu 4º acesso à Série A. O campeonato brasileiro, como em 1987, foi novamente organizado pelo Clube dos 13, divido em módulos Azul (Série A), Amarelo (Série B) e Verde e Amarelo (Série C), com acesso na mesma edição. O Clube do Remo chegou às semifinais do módulo amarelo, como o regulamento previa 3 vagas nas oitavas-de-final, para este módulo; os dois semifinalistas derrotados decidiriam a 3ª vaga. Num Re x Pa emocionante, o maior do século, decidindo uma vaga na Série A. Com um empate em 1x1 e uma vitória por 3x2, o Leão deixou o maior rival para trás, se classificando às oitavas-de-final da Copa João Havelange.

Mesmo tendo terminado o Brasileiro de 2000 entre os 16 melhores colocados, a CBF excluiu o Clube do Remo da Série A de 2001, que contou com 28 participantes, incluindo times como os "convidados" Botafogo-SP e Fluminense.

Na Série B de 2002, novamente o Leão fez boa figura se classificando às quartas-de-final numa competição com 26 clubes. Terminando na 8ª colocação geral.

Em 2003, o Leão mostra quem manda no futebol paraense e conquista seu 39º título de Campeão Paraense. Na Copa do Brasil, o Clube do Remo chegou às oitavas-de-final. Na Série B, ficamos com 5ª colocação geral.

O ano de 2004 começou incrível para o Clube do Remo, o bicampeonato paraense em uma campanha com 14 vitórias em 14 jogos. Isso mesmo, com 100% de aproveitamento, o Leão venceu todos os jogos! Feito jamais igualado no futebol paraense.

Mas a situação degringolou, o fiasco na Copa do Brasil era um presságio. Invicto até a 7ª rodada, com a demissão do técnico Agnaldo de Jesus a equipe não se encontrou mais. Num regulamento em que dos 24 participantes, 6 times caíam. O Leão ficou na 20ª colocação, pela primeira vez na sua história, rebaixado à Série C (divisão que os rivais conheciam de longa data, Paysandu desde 1989 e Tuna Luso desde 1992).

No ano do seu centenário, em 2005, o Clube do Remo numa campanha fantástica em que sua torcida lotou os estádios a cada jogo, foi pela primeira vez Campeão Brasileiro, garantindo o acesso de volta à Série B.

Foram dois títulos, em campo e nas arquibancadas. O Fenômeno Azul teve a maior média de público pagante daquela edição do Campeonato Brasileiro em todas as divisões, superando inclusive o Corinthians campeão da Série A naquele ano.

Campeão no ano do Centenário!


Em 2006, os rivais Remo e Paysandu se encontraram novamente na Série B. Com uma brilhante campanha de recuperação no 2º turno, o Leão saiu da lanterna e garantiu sua permanência, terminando em 12º lugar. Enquanto o rival que chegou a figurar no G4 durante o 1º turno, foi rebaixado à 3ª divisão, levando a maior goleada da história da Série B, 9x0 para o Paulista de Jundiaí.

O Leão ainda garantiria mais um bicampeonato paraense em 2007 e 2008. Totalizando 4 títulos paraenses e 1 brasileiro nos anos 2000.

A partir de então, com a péssima presidência de Raimundo Ribeiro, que pegou o clube na Série B em 2007 e conseguiu a 'façanha' de entregar o clube fora das competições em 2009. Desde então, a torcida luta para reerguer o clube, contra as péssimas administrações.

Década de 2010


Dos péssimos anos no futebol de 2009 a 2013, nada há para lembrar.

Em 2014, o Leão volta a ser Campeão Paraense, em cima do rival com uma goleada de 4x1, de presente nos 100 anos do rival.

Em 2015, garantimos o bicampeonato paraense, fomos vice-campeões da Copa Verde e conquistamos o Acesso à Série C. Sempre com um grande público nos estádios, o Fenômeno Azul terminou com a maior média de público da Série D naquele ano; se considerarmos apenas os jogos realizados em Belém, a média foi de 25.815 pagantes.

Na Série C, de 2016 a 2018, o Leão terminou na 1ª Fase.

Em 2018, mais uma vez campeão paraense em cima do rival. Com um gostinho especial, dos 4 clássicos disputados, o Leão venceu todos!

A reta final desta década foi de redenção para a torcida remista. Em 2019 o Clube do Remo se sagrou bicampeão paraense, mas a principal conquista foi a reabertura do seu estádio, o Baenão, que havia sido fechado para jogos oficiais desde a mal fadada obra iniciada pelo ex-presidente Zeca Pirão em 2013, ficando fechado desde abril de 2014. Com o esforço da torcida através de doações e do projeto Retorno do Rei liderado por abnegados torcedores, foi possível reabrir o estádio em julho de 2019.

No ano de 2020, marcado de forma triste pela pandemia de Covid-19, o Clube do Remo deu uma grande alegria à sua torcida com o retorno à Série B do Campeonato Brasileiro após os 13 piores anos de sua história. E o melhor de tudo, o acesso foi conquistado através de uma vitória sobre o maior rival, mantendo-o na Série C. Nessa temporada o Leão Azul ainda foi vice-campeão da Série C do Campeonato Brasileiro e da Copa Verde.



Década de 2020


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